terça-feira, 25 de novembro de 2008

Paradoxos e Paradimas: Diferentes!

Entre pseudo-intelectuais (por favor, não seja um deles) existe sempre a confusão das definições das palavras "Paradoxo" e "Paradigma", que apesar de sua semelhança na grafia, têm sentidos radicalmente diferentes.
Um paradoxo é uma afirmação aparentemente verdadeira, que leva a uma contradição lógica. Por exemplo, "Pode Deus criar uma pedra que não consiga levantar?". Pois se Deus não consegue criar tal pedra, então ele falha. Se ele consegue criar, então não consegue levantá-la. Logo ele falha. Ou o famoso paradoxo do mentiroso: "Essa sentença é falsa." Pensem sobre ele.
Paradigma, por outro lado, é um modelo, ou um padrão a ser seguido. Uma referência inercial como base de modelo para estudos e pesquisas. É basicamente a receita de bolo que os cientistas seguem para que suas teorias sejam aceitas em seu campo de pesquisa. Tipo, ninguém publica artigos científicos baseados numa teoria que já foi derrubada há mil anos! O paradigma é justamente o pano de fundo onde as pesquisas são aceitas.
De qualquer maneira, o nosso objetivo é justamente demonstrar que, apesar de serem usadas muitas vezes sem nenhum julgamento prévio, essas palavras são absolutamente difententes, e não merecem serem confundidas.
Que as nossas discussões sejam mais sadias, e menos pseudo-intelectuais.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Déjà vu: Reconstruções

Déjà-vu ("já visto", em francês), é aquela estranha sensação de que se está vivendo uma situação já sentida anteriormente, ainda que contra essa evidência, seja a uma situação inédita.
Diversas pesquisas vêm sendo feitas nessa área, no mundo todo, para tentar explicar a verdadeira origem do déjà vu. A princípio, acreditava-se que ele tinha uma estreita relação com experiências que, de fato, pertenciam ao passado, porém a pessoa não se recordava por uma fragmentação na memória. Assim, o cérebro interpretaria a situação como nova, embora familiar. Essa experiência anterior pode ter ocorrido mesmo na infância, e era erradamente interpretada como sendo de uma vida passada. Mas o fato de ser uma experiência passada já se provou errado, de qualquer forma.
Atualmente, os cientistas parecem crer que existe, na realidade, uma ligação entre o déjà vu e os processos de memória do cérebro. Ele percebe os objetos e as situações, e segue dois passos: primeiro, verifica seu arquivo de memória se tal situação já ocorreu antes, e segundo, caso tiver ocorrido, interpreta tal como familiar. Esse processo desencadeia uma série de reações químicas, que nos dá a "sensação" típica do déjà vu.
Anteriormente, já se supunha de que o déjà vu se originava numa parte do cérebro chamada lóbulo temporal. Cientistas franceses descobriram que estímulos elétricos em certas partes do lóbulo temporal podem fazer com que uma pessoa encontre familiaridade em tudo o que vê pela frente, inclusive em experiências inéditas a ela.

Achou interessante?
Aqui um site recomendado sobre déjá vu:
http://port.pravda.ru/science/15-01-2007/14943-dejavu-0

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Conclusões acerca do princípio antrópico

O princípio antrópico é, para a maioria das pessoas, uma coisa engraçada. Na verdade, ele é usado para terminar discussões e raciocínios físicos que normalmente levariam meses. Seu raciocínio é simples: Diante do questionamento: "Por quê os átomos são como são?" ou "Por quê a gravidade atrai as coisas e não afasta?", o princípio antrópico afirma que "Os átomos são como são, e a gravidade é como é, porque se fosse diferente, você não estaria aqui fazendo esse monte de perguntas.". É simples, porque funciona.
A partir daí, dá para tirar um série de outras conclusões.
Primeira, nós experimentamos apenas a realidade que suportamos como seres vivos. Isso é razoável. Segundo, o próprio questionamento sobre estarmos ou não sozinhos no universo nos leva a imaginar, inconcientemente, que em algum outro lugar as "condições antrópicas" são satisfeitas, ou seja, algum outro ser está, em algum outro lugar, pensando que, se em algum planeta existe vida além do dele, é porque lá estão pensando nele. Egoísta, não?
Enfim, o princípio antrópico, históricamente, foi criado na verdade representando o contrário: ele servia como justificativa de um "designer inteligente", que teria dado ao Universo exatamente a forma que tem hoje, afim de proporcionar o desenvolvimento da vida (Isso mesmo: um "designer inteligente" que te deu seu apêndice e seus dentes do siso). Isso era feito partindo da hipótese de que a vida é muito sensível às condições ambientais e, do ponto de vista mais científico, às constantes da física como a de Newton (gravitação), a de Coulomb (interação entre cargas elétricas), a de Planck (todos os sistemas quânticos), a de Boltzmann (radiação térmica - relação entre temperatura e radiação emitida por um corpo), entre outras milhões que conhecemos. As chances de uma combinação de valores dessas constantes (que aliás, não são números muito bonitos, diga-se de passagem) serem exatamente o que são é muito pequena, e a vida não seria obra do acaso irracional, e sim de uma criação proposital e predeterminada. Você tem dor nas costas porquê Deus quis.
O problema é que esse mesmo princípio pode, sim, justificar a ausência de uma criação predeterminada, uma vez que ela já aconteceu.
Seria absurdo negar probabilisticamente uma coisa no passado. Um exemplo clássico é dado por John Allen Paulos no livro Innumeracy: Mathematical Illiteracy and its Consequences:

"... a raridade, por si só, não é necessariamente evidência de nada. Quando alguém recebe uma mão de bridge de 30 cartas, a probabilidade de que tenha recebido aquela mão específica é de menos que uma em 600 bilhões. Mesmo assim, seria absurdo que alguém recebesse aquelas cartas, examinasse com cuidado, calculasse que a probabilidade de recebê-las seria menor que uma em 600 bilhões e então concluísse que não recebeu exatamente aquela mão, já que é tão improvável."

Seria ainda mais absurdo declarar que um milagre deve ter acontecido e que uma força inteligente de dimensões sobrenaturais deve ter atuado por detrás de toda mão de bridge.
O princípio antrópico, em suas multifacetas, explora essa idéia de que nós vivemos apenas na região da história do Universo em que podemos percebê-lo, em que podemos existir e interagir com ele. A partir daí, pode-se imaginar que nos seus primórdios, as condições de vida não existiam, e consequentemente o Universo era apenas um delírio. Nosso Universo não existia, porquê não havia ninguém lá para perguntar: "Por que as coisas são como são?", e ninguém para responder: "Porque se fosse diferente, nós não estaríamos aqui.". Ninguém estava lá.
E eu não ouso pensar no futuro.

Achou interessante?
Aqui alguns sites que recomendo que abordam o mesmo assunto:
http://groups.yahoo.com/group/Genismo/message/5608
http://paginas.terra.com.br/educacao/labertolo/Cosmologia/Cosmology/Anthropic.htm

Para efeito de curiosidade (módulos não-dimensionais):
Constante gravitacional de Newton: G = 6,67e-11
Constante elétrica de Coulomb: k = 8,99e9
Constante de Planck: h = 6,62e-34
Constante de Boltzmann: K = 1,38e-23

Mapa do Labirinto